Médicos obstetras que trabalham no Hospital Santa Helena, em Cuiabá, e que atendem pacientes de todo Estado, ameaçam não realizar mais partos, tanto normal quanto cesárea pelo SUS, a partir de 30 de março.
A categoria alega que o valor pago por diária de plantão é a metade do que vem sendo oferecido na rede particular. Os profissionais pedem que o Estado e o município de Cuiabá ofereçam uma proposta de reajuste para não prejudicar o atendimento das gestantes.
Segundo o diretor da unidade, Ricardo Saad, a ampliação das maternidades de dois hospitais particulares oferecendo o dobro do valor pago pelo plantão “complicou a situação”.
Ainda de acordo com Saad, o plantão pelo Sistema Único de Saúde, custa R$ 1 mil e todas as maternidades cuiabanas devem receber incentivos do Governo Federal, o que não vem ocorrendo.
Há mais de dois meses a direção do Santa Helena têm tentado uma reunião com a Secretaria de Estado de Saúde, para debater a situação e evitar a interrupção do serviço, mas até o momento não foi possível o encontro.
Eles denunciaram também ao Ministério Público Estadual.
O hospital Santa Helena realiza em média 800 partos por mês, sendo que 25% das grávidas atendidas são de Várzea Grande, 40% do estado e apenas 35% moram na capital. A maior demanda acontece nos finais de semana.